quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

HÁ MUITAS MANEIRAS DE ROUBAR.

“Voltava para casa e encontrei um grupo de amigos, cristãos como eu, sentados numa lanchonete, conversando e fazendo um lanche. Convidado, juntei-me ao grupo e eles continuaram a conversa já em andamento.
-Vou comprar o apartamento, disse um deles. Mas não tenho pressa. Ele não consegue vender pelo preço que está pedindo, pois ele tem pressa para vender por causa do tratamento da doença do filho. Ele não tem saída, vai ter que vender abaixo do preço para poder pagar o tratamento. Tenho o dinheiro na mão e vou aguardar. Na hora que baixar, eu compro. Um bom negócio.
Questionei: - Mas o nosso amigo e irmão está num momento difícil e aprendemos no Catecismo Maior de Lutero que há muitas maneiras de roubar. Na explicação desse mandamento (sétimo: Não furtarás) que “devemos ajudar ao nosso próximo a melhorar de vida e a conservar seus bens e o seu meio de vida”. Lembrei-os também de que Paulo escreveu em 1 Timóteo (6.9) “porque os que querem ficar ricos caem em tentação e na armadilha de muitos desejos tolos e maus, que levam as pessoas para a desgraça e destruição”. Roubar não é apenas arrancar a carteira das mãos de alguém ou roubar os objetos dos outros.
Aqueles amigos estavam aceitando, sem problemas, a ideia de tirar proveito do momento difícil pelo qual passava o amigo comum. Devido à doença do filho dele, queriam tirar vantagem na compra do seu imóvel, bem único da família, por preço vil. Arrisquei um convite aos dois:- Que tal irmos até a casa dele e fazê-lo uma visita, oferecendo nossa ajuda? Talvez pudéssemos emprestar-lhe algum dinheiro e ele não precisaria vender o seu imóvel abaixo do preço e assim nos devolveria o dinheiro. Ele precisa agora, mais do que nunca de se manter no apartamento, moradia da família.
Qual não foi a minha surpresa quando os dois amigos se entreolharam e, sem me dizer palavra, se levantaram, se despediram de mim e foram embora. Fiquei sozinho. Acho que a minha sugestão foi tão estranha para eles que não souberam o que fazer com ela. “E todos se diziam cristãos”.

(Adaptado do texto original publicado na Folha de culto da IECLB-Petrópolis, 09/02/2014)
enviado por Marcos  Carneiro

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